DISPONÍVEL PARA ASSISTIR ONLINE (EAD) - COM CERTIFICADO
Somos todos prisioneiros de representações e sensações “masculinas” da guerra. Das palavras “masculinas”. Já as mulheres estão caladas. (...) Se de repente começam a lembrar, contam não a guerra “feminina”, mas a “masculina”. Seguem o cânone. E só em casa, ou depois de derramar alguma lágrima junto às amigas do front, elas começam a falar da sua guerra, que eu desconhecia.
Será apresentada a estrutura do curso, referências básicas e as orientações gerais, incluindo orientações sobre o questionário a ser respondido e enviado ao Instituto para emissão de certificado.
A aula aborda questões conceituais que dão suporte ao curso, como: a) papéis sociais de gênero; b) invisibilidade do trabalho reprodutivo; c) confinamento da mulher ao espaço doméstico; d) separação dos espaços entre público e privado; e) distintas formas de violências de gênero.
Referências básicas:
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica.
18ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2020.
OYEWÚMÍ, Oyèrónké. A Invenção das Mulheres: construindo um sentido africano
para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99. - Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.pdf
Apresentar um panorama do papel das mulheres em conflitos históricos e atuais no Oriente Médio, para então focar nas mulheres israelenses e seu serviço nas Forças de Defesa de Israel, bem como, de forma resumida, das mulheres curdas que atuam militarmente, sobretudo na Síria e na Turquia.
Referências:
LEMMON, Gayle Tzemach. The daughters of Kobani. Swift Press, 2021
SASSON,-LEY, Orna; LOMSKY-FOLDER, Edna. Women soldiers and citizenship in Israel: Gendered encounters with the state. Routledge, 2017
A partir da pergunta título da aula, "onde estão as mulheres nas histórias das guerras?" pretende-se apresentar o esforço que algumas teóricas fazem de mostrar o quanto a política, a história, as relações internacionais e os estudos de guerra diminuíram o papel das mulheres nas guerras, sempre as colocando apenas como vítimas, e ignorando suas participações.
Referências:
ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches and Bases. Los Angeles: University of California Press, 2000. (Cap 1 – Gender makes the world go round)
TICKNER, Judith Ann. Hans Morgenthau's Principles of Political Realism: A Feminist reformulation. Millennium 17, 1988. p. 429-440.
Em Uma Breve História do Silêncio, Rebecca Solnit resume: “a violência contra as mulheres muitas vezes se dá contra as nossas vozes e nossas histórias pessoais. É uma recusa das nossas vozes e do que significa uma voz: o direito de autodeterminação, de participação, de concordância ou divergência, de viver e participar, de interpretar e narrar”. A proposta de nossa conversa será um sobrevôo sobre o silenciamento das narrativas femininas em guerras e conflitos, na ficção ou não-ficção, e como isto afeta a construção de memória, testemunho e construção de imaginário coletivo.
Filme completo, disponível para download nesta aba (após matrícula)
ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A Guerra Não Tem Rosto de Mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica.
18ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2020.
ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches and Bases. Los Angeles: University of California Press, 2000.
LEMMON, Gayle Tzemach. The daughters of Kobani. Swift Press, 2021
OYEWÚMÍ, Oyèrónké. A Invenção das Mulheres: construindo um sentido africano
para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
RADOI, Cristina. A resposta ineficaz das organizações internacionais em relação à militarização da vida das mulheres. In: Revista Internacional de Direitos Humanos / Sur – Rede Universitária de Direitos
Humanos – v.1, n.1, jan.2004 – São Paulo, 2004.
SASSON-LEY, Orna; LOMSKY-FEDER, Edna. Women soldiers and citizenship in Israel: Gendered encounters with the state. Routledge, 2017
SCHPUN, Mônica Raisa (org.). Masculinidades. São Paulo: Boitempo, 2004.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99. - Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.pdf
TICKNER, Judith Ann. Hans Morgenthau's Principles of Political Realism: A Feminist reformulation. Millennium 17, 1988. p. 429-440.
UMA MULHER EM BERLIM (filme). Título original: Anonyma - eine Frau em Berlim. Direção: Max Färberböckr. Produção Martin Moscowitz e Günter Rohrbach. Alemanha: Monolith Films, 2008.
UMA MULHER EM BERLIM: Diário dos Últimos Dias de Guerra. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Curso online ao vivo (aulas síncronas)
SOBRE O CURSO
Os conflitos armados são apresentados, em geral, como um espaço do homem masculinizado, e a literatura feminista sobre militarização e as características da guerra mostram que a construção da masculinidade foi feita pela desvalorização da feminilidade (RĂDOI, 2012, p. 174). Estamos presos, ademais, a "representações e sensações 'masculinas' da guerra" (ALEKSIÉVITCH, 2016, p. 12).
Visando enfrentar esses problemas, a proposta do curso é trazer um olhar sobre a(s) guerra(s) a partir da perspectiva de gênero, por meio de diferentes abordagens e de forma interdisciplinar, por professores doutores e mestres que possuem vasto conhecimento sobre o assunto.
(ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A Guerra Não Tem Rosto de Mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. | RADOI, Cristina. A resposta ineficaz das organizações internacionais em relação à militarização da vida das mulheres. In: Revista Internacional de Direitos Humanos / Sur – Rede Universitária de Direitos Humanos – v.1, n.1, jan.2004 – São Paulo, 2004.)
O que aprender?
A primeira aula do curso, ministrada pela professora Julia Barreto, introduzirá as aulas seguintes, abordando "o que é gênero?". Levantará questões como: a) papéis sociais de gênero; b) invisibilidade do trabalho reprodutivo; c) confinamento da mulher ao espaço doméstico; d) separação dos espaços entre público e privado; e) distintas formas de violências de gênero.
Em seguida, a professora doutora Monique Sochaczewski, desmitificando a narrativa de que o front de guerra é um terreno exclusivo do soldado homem, ministrará uma aula sobre "as mulheres em armas no Oriente Médio", na qual discutirá e apresentará um panorama do papel das mulheres em conflitos históricos e atuais no Oriente Médio, para então focar em dois casos concretos: as mulheres israelenses e seu serviço nas Forças de Defesa de Israel, e as mulheres curdas que atuam militarmente, de diversas formas, sobretudo na Síria e na Turquia.
Como continuidade, a partir da pergunta, "onde estão as mulheres nas histórias das guerras?", a professora Carolina Antunes Condé de Lima apresentará o esforço de teóricas que mostram o quanto a política, a história, as relações internacionais e os estudos de guerra diminuíram o papel das mulheres nas guerras, as colocando como vítimas, e ignorando participações ativas.
Por meio de um recorte na área de literatura, e encerrando a parte EAD do curso, a professora Renata Sanches ministrará uma aula sobre "as vozes e narrativas femininas em guerras e conflitos". Será uma conversa sobre o silenciamento das narrativas femininas em guerras e conflitos, na ficção ou não-ficção, e como isto afeta a construção de memória, testemunho e construção de imaginário coletivo.
Para quem assistiu às aulas ao vivo, também fizemos um Cine Debate, com exibição do filme alemão "Uma mulher em Berlim", que foi conduzido por Flávio de Leão Bastos Pereira e Patrícia Tum Bertolin. Foi debatida a violência de gênero, durante a invasão dos russos à cidade de Berlim, no fim da Segunda Guerra Mundial. O filme está disponível em EAD.
Esperamos que, com essa vivência e material, a(o)s estudantes e docentes possam não apenas adquirir e dividir conhecimento, como discutir as guerras a partir de uma visão mais concreta, humana e aprofundada dos conflitos armados, ou seja: para além das corriqueiras narrativas sobre heróis, "vitórias" e técnicas de guerra.
A quem o curso é recomendado?
O curso é recomendado para quem pretende aprofundar o tema das guerras a partir da perspectiva de gênero, sejam estudantes internos ou externos ao Instituto e ao Grupo parceiro.
Regras gerais para obtenção do certificado de conclusão:
Para certificado de conclusão do curso, preencher um formulário que será enviado por e-mail aos participantes após completar pelo menos 70% das aulas.
Para quem apenas fez o curso EAD (assíncrono), será verificado se o aluno completou pelo menos 3 aulas do curso.
Dúvidas, sugestões e orientações adicionais, enviar e-mail para berlinerinstituto@gmail.com
Professora Doutora
Docente convidada para o curso livre "Guerra e Gênero".
Doutora em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC/FGV com pedido de estudos na Bilkent University - Turquia.
Fellow do Summer Institute for Israel Studies da Brandeis University
Professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa - IDP
Professora da Pós-Graduação em Direito Político e Econômico do Mackenzie
Professora de Direito do Trabalho e da Pós-Graduação em Direito Político e Econômico do Mackenzie.
Doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo.
Pós-doutorado pela Superintendência de Educação e Pesquisa da Fundação Carlos Chagas.
Líder do grupo de pesquisa “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos” (CNPq - Mackenzie).
Docente convidada para o curso livre "Holocausto e Direitos Humanos".
Professor de Direitos Humanos no Mackenzie e Professor Visitante da Univ. Tecnológica de Nürnberg
Pós-doutorado em Direitos Humanos e Tecnologias (Mediterranea Reggio Calabria International Centre For Human Rights Research).
Especialista em Genocídio e Direitos Humanos pela Universidade de Toronto (Canadá), Instituto Zoryan.
Coordenador do Núcleo da Memória da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP
Professor Visitante na Faculdade de Serviço Social da Technische Hochschule Nürnberg Georg Simon Ohm - Universidade Tecnológica de Nuremberg (Alemanha) e da Universidade de Ciências Sociais Aplicadas de Linz (Áustria).
Docente convidado para o curso livre "Holocausto e Direitos Humanos".
Professora Mestra
Docente convidada para o curso livre "Guerra e Gênero".
Doutoranda em Relações Internacionais - San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP), Bolsista CAPES.
Mestra pelo Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGRI UFSC)
Equipe Acadêmica do ampliaRI (https://ampliari.wordpress.com/)
Pesquisadora no Observatório de Conflitos do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança (GEDES UNESP)
Pesquisadora no Observatório Feminista de Relações Internacionais (OFRI).
Professora Mestra
Docente convidada para o curso livre "Guerra e Gênero".
Mestra em Cooperação Internacional e Internacionalização de Empresas pela Université Libre de Bruxelles-ULB
Pós-Graduada em Gestão e Políticas Culturais, pela Universitat de Girona-UdG/Espanha
MBA em Marketing e Negócios Digitais pela ESPM.
Graduada em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).
Criadora e moderadora de 3 clubes de leituras, incluindo o Grupo "Lendo Mulheres Brasília"
Professora Mestra
Docente convidada para o curso livre "Guerra e Gênero".
Mestra em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
Consultora na Organização Internacional para as Migrações (OIM)
Analista Acadêmica no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Membro do Grupo CNPq “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos”.
Coordenador do Curso
Professor e coordenador de cursos livres, pesquisa e eventos do Instituto Berliner.
Advogado trabalhista em São Paulo
Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.